terça-feira, 28 de julho de 2020

Sindicato pede oficialmente retomada das aulas da Educação Infantil em 46 municípios do Paraná

O Sinepe/PR segue em contato direto com os órgãos oficiais do Paraná para promover uma integração de medidas e debate junto ao setor. Nesta segunda-feira (27), um ofício foi protocolado a prefeitos e secretários de saúde de 46 municípios do estado, incluindo Curitiba, solicitando o retorno gradual da Educação Infantil, uma das mais afetadas durante os quatro meses de quarentena. 

Pesquisa feita pela Associação das Escolas Particulares da Educação Infantil (Assepei) revela que 40% das matrículas em Curitiba já foram canceladas durante a pandemia de Covid-19.

“O desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social já foi duramente afetado, e prolongar isso por tempo indeterminado é colocar em xeque a continuidade da educação delas não apenas em 2020, mas durante toda a vida”, diz Esther Cristina Pereira, presidente do Sinepe/PR, pontuando que a aula online não é indicada para crianças nessa idade, de 0 a 5 anos. “Vamos começar atender pelos pe-quenos, pois as mães que precisam trabalhar e estão deixando os filhos com vizinhas, mães crecheiras. Nesses locais, onde estão crianças de famílias diferentes, o risco é mui-to maior do que ficar na escola, que seguirá protocolos”, compara.




A Educação Infantil, como dever do Estado, é ofertada em instituições próprias — creches para crianças até três anos e pré-escolas para crianças de quatro e cinco anos — em jornada diurna de tempo parcial ou integral. Logo, trata-se também de uma forma de oferecer a muitos pais, que continuam prestando serviços essenciais durante a pandemia da Covid-19, uma forma de auxílio.

“Inicialmente, nossa proposta é que essa retomada seja gradual, priorizando os pais que prestem serviços essenciais. Todas as instituições associadas ao sindicato estão cientes das medidas que serão necessárias nesse retorno”, reforça Esther.

O ofício foi elaborado levando em consideração, também, o contexto nacional. Em capi-tais como Manaus (AM), o Ensino Infantil foi retomado nos últimos dias, assim como em alguns municípios do Rio de Janeiro. A tendência inevitável, na avaliação do Sinepe/PR, é que os órgãos oficiais tenham um posicionamento no Paraná para os próximos dias.

Os 46 municípios do Paraná que o Sinepe/PR protocolou o ofício foram: Araucária, Cam-pina Grande do Sul, Campo Largo, Candói, Carambeí, Cascavel, Castro, Chopinzinho, Colombo, Curitiba, Dois Vizinhos, Fazenda Rio Grande, Foz do Iguaçu, Francisco Beltrão, Guaíra, Guarapuava, Guaratuba, Ibema, Ivaiporã, Jesuítas, Joaquim Távora, Lapa, Laranjeiras do Sul, Mangueirinha, Manoel Ribas, Marechal Cândido Rondon, Palmas, Palmeira, Palotina, Paranaguá, Pato Branco, Pinhais, Pinhão, Pirai do Sul, Piraquara, Ponta Grossa, Pontal do Paraná, Quatro Barras, Rio Branco do Sul, Rio Negro, São José dos Pinhais, São Mateus do Sul, São Miguel do Iguaçu, Telêmaco Borba, Toledo e União da Vitória.

FONTE:https://www.bemparana.com.br/noticia/sindicato-pede-oficialmente-retomada-das-aulas-a-educacao-infantil-em-46-municipios-do-parana#.XyCn5IpKjIU

"O homeschooling pode mesmo provocar a falência de escolas e o desemprego de professores?"

"O risco de falência das escolas privadas, com o consequente desemprego em massa dos professores, costuma ser o cenário apocalíptico usado para assustar parlamentares que pouco ou nada sabem sobre homeschooling. Esse filme de terror, contudo, não resiste a dois minutos de conversa honesta e estatística. Em nenhum dos mais de 60 países onde o ensino domiciliar legalizado houve qualquer consequência catastrófica para os trabalhadores ou empresários do setor educacional, pois o ensino domiciliar, com ou sem lei, sempre é a opção de uma minoria que, embora importantíssima para os que se importam com direitos humanos, é irrelevante para cálculos financeiros.

A fim de desmontar mais esse mito - fabricado para fins difamatórios -, vamos aos números. Os Estados Unidos são hoje o país com a maior quantidade de estudantes na modalidade de ensino domiciliar, chegando a 2,3 milhões, segundo dados de 2017. O número aparenta ser robusto, mas só se compreende sua real dimensão quando comparado à enorme população daquele país: 329 milhões de habitantes. Reparem, portanto, que mesmo na nação que tornou legítima a prática de educar os filhos em casa em 1972 - há quase cinquenta anos -, a porcentagem de famílias que optam por ela nunca deixou de ser minoritária. Comparados ao total da população, os homeschoolers não passam de inofensivos 0,7%."

Homeschooling. Pais ensinam as duas filhas

"Essa proporção diminuta, aliás, é o padrão em todos os países onde o homeschooling é permitido. O Canadá, por exemplo, tem cerca de 60 mil estudantes na modalidade, o que representa apenas 1,5% da população. A mesma porcentagem é identificada no Reino Unido, onde a comunidade de alunos homeschoolers chega a 100 mil. Na Austrália, os 15 mil adeptos do ensino domiciliar representam 0,6% do total de habitantes. Na Irlanda, onde os estudantes dessa modalidade são apenas 1,1 mil, sua representatividade na população local é de ínfimos 0,02%."

"Os números falam por si, mas considero compreensível a desconfiança daqueles que sempre rechaçam comparações com os Estados Unidos e outros países desenvolvidos, dado o abismo socioeconômico que nos separa deles. Olhemos então para nosso vizinho, o Chile, onde não há legislação específica sobre ensino domiciliar, mas a própria Constituição daquele país já garante aos pais o direito de educar em casa. Mesmo assim, poucos optam por usufruir desse direito. Os 15 mil homeschoolers morando lá representam somente 0,7% da população.

Proporção semelhante é encontrada em outros dois países em desenvolvimento que, assim como o Brasil, integram o bloco conhecido por BRICS. Na Rússia, onde há lei sobre homeschooling desde 2012, o número de praticantes é de 100 mil (0,6% da população) e na África do Sul, que legalizou a modalidade durante o governo de Nelson Mandela, a quantidade de estudantes em ensino domiciliar gira em torno de 30 mil, o que significa 0,5% dos habitantes."

"No Brasil, a consequência mais grave da omissão do Poder Legislativo em aprovar uma lei sobre a modalidade é, sem dúvida, a injusta perseguição sofrida por famílias zelosas. Elas aceitam correr riscos para fazer o que consideram o melhor para seus filhos. Mas outro efeito colateral desse erro é a ausência de números precisos.

Segundo a Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned), o Brasil tem em torno de 15 mil estudantes que aprendem em casa, com os pais ou tutores, mas o fato é que muitas preferem não responder a nenhum questionário sobre o tema, já que não há lei que as proteja. O número real, portanto, é incerto. Mesmo assim, supondo que seja o dobro do registrado, essa minoria não chegaria nem perto de 1% da população brasileira. Talvez, nem de 0,5%."

"Diante dessas amostras, fica evidente o quão fantasioso é o receio de que a legalização do ensino domiciliar no Brasil possa provocar o desemprego da classe docente ou fechamento de escolas particulares. A opção por educar os filhos em casa envolve sacrifícios muito significativos e são poucas – talvez pouquíssimas – as famílias dispostas a isso. São e sempre serão uma minoria. Essa condição, porém, não justifica que continuem sendo cruelmente equiparadas a criminosas."

FONTE:https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/o-homeschooling-pode-mesmo-provocar-a-falencia-de-escolas-e-o-desemprego-de-professores/